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sexta-feira, 11 de maio de 2012

penúltima parte de o melhor pra mim

cap 112 ,113 e 114


egunda-feira, dia 16 de Novembro, 14:27, um pub qualquer.
Thur:
Alguns velhos me olhavam com curiosidade. Outros com indiferença. Alguns até com inveja. Mas tenho certeza que todos pensavam a mesma coisa: “O que um fedelho está fazendo aqui a essa hora do dia?”
Os pubs, do horário em que abriam até umas 18h eram frequentados por velhos, que jogavam cartas e falavam mal de suas esposas. Depois que esses se retiravam os jovens entravam. Mas eu estava ali, um erro no sistema.
- Whisky. Puro. - pedi, sentando-me no bar.
- Posso ver sua identidade? - o cara atrás do balcão pediu.
Entreguei meu RG a ele, que avaliou para ver se era falso e em seguida colocou o copo na minha frente, devolvendo o documento.
Virei de uma só vez e pedi uma cerveja. Pretendia acordar só no dia seguinte, em algum beco, pois pelo menos assim me esqueceria dela de uma vez por todas.
No que eu havia me transformado? Num babaca apaixonado, que faz tudo pela amada? Que coisa mais imbecil! Aquele não era eu, sofrendo por uma garota que claramente não estava afim.
“A vida continua” pensei “e você vai seguir em frente”.
Era a única coisa que eu podia fazer.
A única.
Liguei para casa.
- Alô? - Micael atendeu, sonolento.
- Micael? É o Thur. - murmurei.
- Thur! Beleza?
- Onde você tá?
- Em casa jogando video-game. Por quê?
- Nada… Acabei de descobrir que a Lua saiu por aí com o Eric. Estou num pub aqui no centro, vou precisar que você me resgate hoje à noite, mas não garanto que vou estar sóbrio.
- Ah, beleza… - ele disse, distraído. - Pera aí que eu já te ligo, Thur, acabei de receber uma mensagem da Sophia.
- Beleza. Não esqueça o nosso trato! - exclamei, antes de desligar o telefone.

cap 113
Segunda-feira, dia 16 de Novembro, 14:32, hospital.
Girls:
- Ali está ele! - Sophia exclamou, e eu dei um pulo tão grande na cadeira que quando minhas nádegas bateram novamente no plástico azul eu dei um pequeno gritinho de dor. Mas não era Thur, era Micael, e eu havia me machucado por nada.
Mas que merda.
- Lua, você tá legal? - ele perguntou, assustado com o meu gritinho de dor, depois de beijar Sophia. Então ele arregalou os olhos. - Você… Você está aqui!
- Sim, eu estou, minha madrasta está tendo um filho, lembrado? - perguntei. - Mas, por… - e antes que eu pudesse dizer alguma coisa ele já tinha disparado pelo corredor, procurando sinal com o celular.
Olhei para Sophia, que pensou meio segundo antes de correr atrás dele.
Mas o que diabos estava acontecendo?

cap 114

Segunda-feira, dia 16 de Novembro, 14:37, um pub qualquer.
Guys:
Senti o celular vibrar e parar. Vibrar e parar. Vibrar, vibrar, vibrar e parar. Eu não ia atender. Não estava afim de mais um discurso boiola dos meus amigos tentando me animar. Meu objetivo do dia era entrar em coma alcólico.
Depois de algum tempo ouvi o celular vibrar de novo, mas não durou tanto tempo quanto os outros. Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, dois caras me arrastavam para fora do pub.
Eu estava tão fora de mim que nem argumentei. Era legal aquela sensação de estar caindo… Caindo…
Então eu caí.
- Caralho, Arthur, a gente não pode deixar você sozinho por um segundo que você enche a cara e fica bêbado? - Pedro me deu uma bronca; eu estava jogado na calçada do pub. Pedro me olhava e Chay falava com alguém no celular.
- Sim! - exclamei e ri sozinho.
- O Micael voltou pro hospital, vamos levar ele lá. - Chay avisou. - Pedro, compra uma água pra ver se a gente consegue deixá-lo sóbrio.
E então eu estava dentro do carro de Chay, falando um monte de merda, enquanto os dois me ignoravam completamente. Depois de Pedro jogar água no meu rosto, me fez engolir o resto, o que melhorou um pouco meu estado.
Aonde eu estava indo? O que estava acontecendo? Quem estava no hospital?
Eu queria a resposta para todas aquelas perguntas, mas eu só conseguia dizer o quão feliz estava por tê-los por perto.
Patético.
cap 115

Segunda-feira, dia 16 de Novembro, 14:45, hospital.
Girls:
- Meninas, vou dar uma volta, estou meio nervosa. - menti para Mel e Rayanna, que concordaram.
Depois de zanzar sem destino pelo hospital inteiro eu achei outra sala de espera, com máquinas de refrigerantes e doces. Peguei algumas moedas no bolso e coloquei na máquina, apertando a opção Coca-Cola. Ela pegou meu dinheiro, fez um barulho e nada. Minha Coca-Cola ficou presa.
Não. Aquilo não estava acotecendo. Não mesmo.
Apertei a alavanca para ter meu dinheiro de volta e novamente não fui obedecida.
Tudo! Tudo acontecia comigo! Nada nunca dava certo!
Olhei em volta, não encontrando ninguém por perto. Hospitais eram os lugares mais cheios do mundo, mas quando eu precisava todos pareciam sumir da face da terra. Era tão injusto! Minha vida era tão injusta!
No momento seguinte eu esmurrava e dava chutes na máquinha, sem cessar.
NADA! Nada dava certo pra mim! Meus pais estavam separados, me deixando com aquela eterna culpa, meu pai se importava mais com o seu novo filho do que comigo, minha madrasta era muito mais legal do que eu jamais seria, minha mãe era uma mesquinha hipócrita, meu padrasto talvez nem soubesse o meu nome e meus dois meio-irmãos eram uns imbecis. Minha cachorra só gostava de mim porque eu a alimentava, minhas únicas amigas já estavam de saco cheio do meu mal-humor e da minha frieza, meus amigos - que só eram meus amigos por interessa pela banda - só me suportavam porque estavam namorando minhas amigas e o único, o ÚNICO, cara por quem eu havia me apaixonado na VIDA não se importava nem um pouco comigo.
Mais chutes. Mais socos.
Minhas mãos e meus pés já estava doendo, mas eu não me importava. Eu queria mais era quebrar algum osso pra poder esquecer um pouco da dor emocional que estava sentindo.
E de repente, aconteceu. O que eram… Aquilo eram… Lágrimas?
Eu estava chorando?
Lua Blanco estava… Chorando?
Descontrolei-me. Parei de descontar minha frustração na coitada da máquinha e me enfiei no vão entre as duas. Encostei as costas na parede, chorando, e escorreguei até o chão. Enfiei as duas mãos no rosto, deixando todas as lágrimas que eu não chorei minha vida inteira escorrerem como cachoeiras por meu rosto. Chorei pela separação dos meus pais, chorei por tratar todos tão mal, chorei pela situação miserável em que me encontrava.
Chorei pela minha vida.
Chorei por Arthur.
Chorei por estar apaixonada.
Chorei por ser uma mentirosa.
Simplesmente chorei.

cap 116



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